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Cinemática
Capítulo 3.6 – Lançamento oblíquo - balística
3.6.a Lançamento oblíquo
Quando lançamos um projétil para o alto, formando um ângulo em relação à horizontal, estamos diante de um lançamento oblíquo . Esse tipo de movimento faz parte da categoria dos movimentos de projéteis, nos quais a única força que atua sobre o corpo, após o lançamento, é a força da gravidade. Essa característica o aproxima do lançamento horizontal, que, em ambos os casos, a aceleração gravitacional atua apenas no sentido vertical. Observando as trajetórias dos três projéteis representadas na figura a seguir, notamos que todas descrevem arcos de parábolas, o que reforça a ideia de que o lançamento oblíquo compartilha importantes semelhanças com o lançamento horizontal.
Considerando um projétil lançado com um ângulo de 60° em relação à horizontal, vamos representar, por meio de um diagrama, as componentes da velocidade nos eixos x (horizontal) e y (vertical). Nesse exemplo, o objeto é lançado com uma velocidade inicial de 233 m/s. Essa velocidade pode ser decomposta em duas componentes: Componente vertical (eixo y): 200 m/s para cima. C omponente horizontal (eixo x): aproximadamente 116 m/s para a direita. O objetivo do diagrama é ilustrar um conceito fundamental do movimento de projéteis: A componente horizontal da velocidade permanece constante durante toda a trajetória, enquanto a componente vertical sofre variações regulares, devido à aceleração da gravidade. Considerando a gravidade como g = 10 m/s² , a velocidade vertical é alterada em 10 m/s a cada segundo diminuindo na subida, até atingir zero no ponto mais alto, e aumentando novamente (no sentido oposto) durante a descida. Este diagrama evidencia a independência entre os movimentos horizontal e vertical. A aceleração vertical não afeta a velocidade horizontal, o que é essencial para compreender a forma parabólica da trajetória do projétil.
No vídeo abaixo, são feitos vários lançamentos com diferentes ângulos, note que em todos eles a trajetória é um arco de parábola, perceba o que ocorre com a altura máxima e o alcance máximo. Esse tipo de movimento pode ser estudado pela decomposição de dois movimentos, no eixo x é o MRU e no eixo y o MRUV. Na sequência de lançamentos, notamos duas situações importantes; quando o ângulo de lançamento é 45º, o projétil atinge o alcance máximo, a altura máxima ocorre com ângulo de 90º.
Ao projetarmos o deslocamento da bola no eixo y, observamos duas fases distintas do movimento: 1 . A subida, até atingir a altura máxima; 2 . A descida, a partir desse ponto até o solo. Ambas as fases correspondem a um movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV), que uma aceleração constante a aceleração da gravidade , que atua sempre no sentido vertical e para baixo. Para analisar esse movimento, é necessário decompor a velocidade inicial no eixo y. Essa componente vertical da velocidade diminui gradualmente durante a subida, devido à ação da gravidade, até se tornar nula no ponto mais alto da trajetória . Esse é o instante em que o projétil atinge sua altura máxima. A partir daí, inicia-se a fase de descida, na qual a velocidade vertical aumenta novamente, agora no sentido oposto (para baixo), também de forma uniformemente acelerada.
Vamos, inicialmente, analisar o que ocorre com a projeção do movimento da bola no eixo x, à medida que ela descreve um arco parabólico. Ao observarmos essa projeção, notamos que as distâncias percorridas em intervalos de tempo iguais são também iguais, o que caracteriza um movimento retilíneo uniforme (MRU) . Isso significa que, ao longo do eixo horizontal, não aceleração a velocidade permanece constante. Quando decompomos a velocidade do projétil no eixo x, obtemos sua componente horizontal, que se mantém constante durante toda a trajetória. Isso ocorre porque nenhuma força atua na direção horizontal (desconsiderando a resistência do ar), o que garante que o movimento no eixo x seja uniforme.
Na decomposição de vetores é bom lembrar das propriedades do triângulo retângulo
Quem realmente vai dar a descrição exata do movimento balístico é Galileo Galilei, ao mostrar que aquela curva era uma parábola, mais tarde Isaac Newton na sua lei da gravitação universal explicou o motivo desta trajetória ser curvilínea.
R1. Um projétil, lançado no ponto, descreve uma trajetória parabólica. O movimento ocorre no campo gravitacional terrestre, e a força da resistência do ar é desprezível. O lançamento do projétil ocorre com uma velocidade inicial V 0 = 100 m/s, numa direção que forma um ângulo de 30º. Adotando g = 10 m/s 2 e cos 30º = 0,5 e sen 30º= 0,87, determine: a) os módulos das componentes horizontal e vertical da velocidade inicial; b) o instante em que o corpo atinge o ponto mais alto da trajetória. Resolução:
R2. (FEI-SP) Um projétil é lançado do solo numa direção que forma o ângulo a com a horizontal. Sabe-se que ele atinge uma altura máxima h máx = 15 m e que sua velocidade no ponto de altura máxima é V = 10 m/s. Determine a sua velocidade inicial e o ângulo a de lançamento. Adote g = 10 m/s 2 .
3.6.c Exercícios propostos P1. Um corpo é lançado obliquamente no vácuo com velocidade inicial V 0 = 360 km/h, que forma com a horizontal um ângulo de 30°, tal que sen 30° = 0,50 e cos 30° = 0,87. Adotando g = 10 m/s² . Determine : a) os módulos das velocidades horizontal e vertical no início do movimento b) o instante em que o corpo atinge o ponto mais alto da trajetória c) altura máxima d) o alcance do movimento
P2. (UNIFEI) Uma pedra é lançada para cima fazendo um ângulo de 60° com a horizontal, e uma velocidade inicial de 20 m/s, conforme a figura ao lado. (Adotar g = 10 m/s 2 ) a) Qual a altura máxima atingida pelo objeto? b) Qual o tempo total do movimento? c) Qual o valor de x?
P3. (STA CASA-SP) Um canhão, em solo plano e horizontal, dispara uma bala, com ângulo de tiro de 30° . A velocidade inicial da bala é 500 m/s. Sendo g = 10 m/s 2 o valor da aceleração da gravidade no local, qual a altura máxima da bala em relação ao solo, em km?
P4. (PUCC-SP) Calcular o alcance de um projétil lançado por um morteiro com velocidade inicial de 100 m/s, sabendo-se que o ângulo formado entre o morteiro e a horizontal é de 30°. Adotar g = 10 m/s 2 .
P5. (OSEC-SP) Um corpo é lançado obliquamente para cima, formando um ângulo de 30 0 com a horizontal. Sabe-se que ele atinge uma altura máxima h máx = 15 m e que sua velocidade no ponto de altura máxima é v = 10 m/s. Determine a sua velocidade inicial. Adotar g = 10 m/s 2 .
No diagrama publicado por Newton, ele mostra pela ilustração que ao lançar projéteis com velocidades diferentes, é possível atingir um valor determinado, que colocaria o corpo em órbita. Desta maneira ele tentava mostrar a importância da atração exercida pela Terra sobre um projétil. Na figura, são representadas as curvas que um corpo descreveria se fosse atirado na direção horizontal de cima de uma alta montanha a velocidades cada vez maiores. Ilustração utilizado por Newton, em seu livro “De Um Tratado sobre o sistema do mundo” (1728)
3.6.b Exercícios resolvidos
Por conta do grande número de dados fornecidos no enunciado da questão, precisamos ser organizados. Vamos ser objetivos e práticos na resolução dos exercícios. A seguir, estão algumas etapas importantes que facilitam muito a análise e a solução de problemas envolvendo lançamento oblíquo: MRU no eixo x (horizontal, sem aceleração) MRUV no eixo y (vertical, com aceleração da gravidade) Aqui estão as etapas principais para resolver um exerccio sobre lançamento oblíquo: 1. Identificar os dados do problema Anote todas as informações fornecidas no enunciado: Velocidade inicial V 0 Ângulo de lançamento (θ) Altura inicial (se houver) Posição final (se for pedida) Tempo (se dado ou a ser calculado) Aceleração da gravidade (geralmente g = 9,8 m/s² ou 10 m/s²) 2. Desenhe um esquema da situação descrita. Representar o cenário graficamente ajuda a visualizar a trajetória, identificar os vetores. 3. Decompor a velocidade inicial Use trigonometria para encontrar as componentes da velocidade: V 0X = V 0 ·cos(θ) componente horizontal V 0Y = V 0 · sen(θ) componente vertical 4. Escolha as equações adequadas para cada eixo: 5. Decida por onde começar: em muitos casos, é mais fácil encontrar o tempo usando os dados do eixo Y (altura, por exemplo), e só depois aplicá-lo no eixo X para calcular o alcance ou a posição horizontal. Essas etapas são fundamentais para resolver corretamente os problemas. A clareza na separação dos dados e o uso estratégico do tempo tornam a análise mais simples e precisa.
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2. Desenhe um esquema da situação descrita.
1. Identificar os dados do problema. Anote todas as informações fornecidas no enunciado: Velocidade inicial: V 0 = 100 m/s, Ângulo de lançamento: θ = 30º, Aceleração da gravidade: g = -10 m/s².
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3. Decompor a velocidade inicial Use trigonometria para encontrar as componentes da velocidade:
4. Escolha as equações adequadas para cada eixo 5. O tempo (t) é a variável que conecta os dois eixos, pois é o mesmo para o movimento horizontal e vertical.
Respostas: a) os módulos das componentes horizontal e vertical da velocidade inicial; V 0X = 87 m/s e V 0Y = 50 m/s b) o instante em que o corpo atinge o ponto mais alto da trajetória. t = 5 s
2. Desenhe um esquema da situação descrita.
1. Identificar os dados do problema. Anote todas as informações fornecidas no enunciado: velocidade no ponto de altura máxima V Y = 10 m/s, Ângulo de lançamento: a = ?, Aceleração da gravidade: g = -10 m/s². Altura máxima: h máx = 15 m.
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4. Escolha as equações adequadas para cada eixo Neste caso os dados são na maioria no eixo y, inclusive foi fornecida a altura máxima, sem termos o valor do tempo, isso justifica usar Torricelli.
Respostas: V 0 = 20 m/s e o ângulo a = 60º
Neste, caso mudaremos a sequência das resoluções propostas, iremos para a etapa 4 e posteriormente a etapa 3.
3. Decompor a velocidade inicial - Use trigonometria para encontrar as componentes da velocidade: